Ao
Lado do Mal
A cidade de União da Vitória, no sul do Paraná, em um sonho se tornou o lugar onde Skurk instaurou seu império do mal. União da Vitória. Uma bela cidade. Lar de uma garota, a quem todos chamavam Luci. Lar também, de Skurk, o mais temido de todos os vilões, com seus traços perfeitos e olhar penetrante; Quase não sorria e a sua seriedade só o deixava mais belo. E seu arqui-inimigo o herói Helten.
Luci adorava
desenhar, sabia mil técnicas e fazia imagens perfeitas. Criava personagens e
histórias fantásticas. Seu quarto refletia sua empolgação e fixação de criar e
desenhar, papéis amassados, pó de borracha e pontas de lápis por toda parte.
Era vidrada em histórias de super-heróis e supervilões.
Um dia, Luci desenhava sentada em sua cama, a figura de um super-herói. De repente, o barulho forte de uma pancada a faz ir até a janela. Do lado de fora, Skurk e Helten travavam uma luta, a qual termina com Skurk caído no chão gritando:
- Você vai ver Helten! Um dia ainda te vencerei!
Depois ele vai embora. Luci volta a sentar-se em sua cama, pega o caderno onde desenhava, arranca o desenho do herói e na folha seguinte, desenhou o vilão.
Meses mais tarde, ela tem uma grande ideia para ajudar Skurk a vencer Helten. Então vai até o esconderijo, seguindo o vilão. Com receio de entrar, fica ouvindo (ou tentando) por trás da porta, até que ele sai.
- Quem é você? O que está fazendo aqui?
- Eu sei como derrotar Helten!
- E como eu posso ter certeza?
Luci pensa um pouco e tira sua jaqueta, deixando seu ombro a mostra e deixando que Skurk visse seu nome tatuado na pele dela.
- Você tatuou meu nome. Por quê?
- Não sei ao certo, mas eu gosto de você.
Skurk sorri
- E como venceremos o Helten?
- É o seguinte..., ela conta todo o plano para ele.
Depois de tudo planejado, Skurk amarra Luci sobre uma mesa. Suspensa no ar, acima dela, estava uma tábua com pregos enormes e afiados. Skurk se escondeu, e Luci chamou pelo socorro de Helten.
Logo o herói chega
- Que bom que você chegou. Skurk me prendeu aqui.
- E onde ele está agora?
- Não sei, ele fugiu.
Depois de soltá-la ele pergunta
- Você não sabe mesmo onde ele está?
Luci vê que Skurk está preparado e responde
- Na verdade sei sim
- E onde ele está?
- Estou bem aqui - diz Skurk que põe o cano de sua arma de veneno nas costas do herói e atira. Com o disparo foi-lhe injetado veneno direto na corrente sanguínea. O herói caí sem vida e confirmado o óbito, Skurk explode em alegria.
- Conseguimos, nós conseguimos. Ele está morto! - Abraça Luci - obrigado, obrigado, muito obrigado Luci!
Depois eles vão para a prefeitura a fim de tomar posse dela
- O que vocês querem aqui? - pergunta assustado o prefeito
- Tomar posse - diz Skurk
- Marlene! - chama o prefeito
Marlene entra
- Chamou senhor prefeito?
- Mande chamarem Helten
- Sim senhor
- Não vai adiantar, Helten está morto! - exclama Skurk
- Não é possível! - espanta-se o prefeito
Skurk senta-se na cadeira do prefeito.
- Deseja alguma coisa senhor prefeito? - pergunta Luci
- O quê? - pergunta o prefeito
- Cale-se, estou falando com o prefeito - responde Luci
- Agora eu não quero nada não - responde Skurk - e vocês dois saiam daqui
Marlene e o prefeito saem e correm até a delegacia.
Ainda na prefeitura, Skurk faz Luci sentar em seu colo:
- Luci, eu devo tudo isso a você e ainda vou te retribuir de alguma forma.
- Ah Skurk...
Na delegacia, o delegado mandou um grupo de busca procurar Helten.
No armazém abandonado, onde Helten fora morto, o grupo de busca chegava. Depois de muito procurarem sem sucesso, finalmente chegam ao local exato onde o corpo do falecido herói fora deixado.
- Ele está morto! - dizia o Tenente dos Santos, tomando o pulso do herói.
- Morto? - pergunta o cabo Teixeira - Skurk conseguiu?
- Sim, cabo, agora estamos nas mãos dele.
O tempo passou Luci agora era a "secretária do mal". Tudo corria as mil maravilhas, até ele chegar, Max, irmão gêmeo de Helten que vingaria a sua morte.
Skurk estava sentado em seu gabinete, quando Max entrou pela janela, e o atacou, dando-lhe uma gravata.
- Luci! - gritou
Luci entra depressa, agora usando uma roupa negra de super vilã para combinar com Skurk.
- O que dese... Skurk! Solta ele!
Luci aponta um revólver para Max, que arregala os olhos.
- O que pensa que vai fazer?
- Me diga você, o que eu vou fazer?
- Me matar
- E o que está tentando fazer com Skurk agora?
- Matá-lo.
- Pois então, pra toda ação, uma reação.
- Se eu poupar a vida de Skurk, você poupa a minha?
- E como vou saber se você vai poupar a vida dele?
- Você me pegou
Max solta Skurk. Luci ainda aponta o revolver para Max.
- Você disse que pouparia minha vida
- Eu jamais disse isso, meu caro. Mas, acho que você não quer saber se meu revólver está carregado.
Max suspira aliviado, quando Luci abaixa um pouco seu braço.
- Ou quer? - ela levanta o braço, apontando novamente.
- Não! - Max pula a janela e vai embora.
Luci vai até a janela e constata que Max realmente fugiu. Abaixa os braços e olha para Skurk.
- Ele já foi embora
- Que bom você foi brilhante, ai - ele leva a mão ao pescoço.
- O que houve? Ele machucou você?
Luci aproxima-se, deixa o revólver sobre a mesa e leva a mão ao pescoço de Skurk.
- Ai!
O pescoço dele estava muito vermelho e com as marcas dos dedos de Max. Luci pega um saco com gelo. Ela está sentada sobre a mesa.
- Está melhor?
- Sim - ele suspira - o que seria de mim sem você, Luci?
- Ah, Skurk, eu faço o que eu posso.
- Sim, e graças a você, hoje estamos aqui.
Os dois sorriem.
- Amanhã vou te levar num lugar especial Luci.
- Onde é?
- É surpresa.
Na noite seguinte, Skurk e Luci vão até o terraço do restaurante mais caro da cidade. Lá do alto eles viam a cidade toda.
- Olha, Luci, toda essa cidade é nossa!
- Nossa não, sua!
- Sabe Luci eu estava pensando...
Luci vê uma figura humana misteriosa apontar para as costas de Skurk e põe-se entre o alvo e a bala. O tiro acertou-a em cheio, ela caiu.
- Não! - grita Skurk jogando-se em cima dela. Ele chora muito. Segurando-a em seus braços, grita por ajuda. Ninguém responde ninguém o ajuda. Era como se só estivessem os dois ali.
Sem mais alternativas, Skurk leva Luci para o hospital, onde os médicos lhe disseram que a garota estava entre a vida e a morte. De volta à prefeitura, ainda chorando, ele chuta com força a escrivaninha e depois senta-se olhando para fora da janela. Em seu olhar o desejo de saber quem havia atirado em Luci e um coração apertado, pois a garota estava quase morrendo.
O primeiro, único e principal suspeito era Max. Mas como encontrá-lo? Skurk não tinha nenhuma ideia de onde ela poderia estar.
- A solução então é fazê-lo vir até a mim - disse Skurk para si mesmo.
Na mesma noite, em seu observatório particular, Skurk chamou por Max. Max não apareceu. Skurk chamou ainda mais alto. Mostrava-se agora, desesperado e chorava. Dessa vez Max deu as caras.
- O que quer Skurk?
- Conversar. Quero saber por que atirou em Luci.
- Eu não queria atirar nela. Queria atirar em você. Mas ela me atrapalhou, ela...
- Me salvou
- O quê?
- Se você queria atirar em mim e acertou nela, quer dizer que ela me salvou.
- É tem razão. Mas gora eu não vou errar.
Max aponta a arma para Skurk que se esquiva e foge. Após muito correr, chegou a uma rua movimentada.
- Suas balas acabaram Max. Chega, agora é o fim.
- Você é que pensa. Ainda tenho uma carta na manga.
- Você pode até ter um baralho inteiro na manga, Max, mas eu ainda tenho algo que você não tem.
- Você não tem nada, Skurk. Está fraco, sozinho e com medo. Como poderia me vencer?
- Eu sou um super vilão. Eu sempre tenho com um golpe surpresa. E mesmo quando não tenho, eu invento a minha própria coragem.
- Isso é no mínimo curioso. Vamos ver o que pode fazer contra isso, Skurk! - Max mostra um estranho objeto.
- O que é isso?
- Uma bomba.
- Mas assim você vai destroçar a cidade toda!
- Pelo menos você vai acabar junto com ela. - Max aperta um botão e aciona a bomba - você tem dez minutos. Adeus Skurk.
Max largou a bomba e saiu voando para outro lugar bem distante dali. Os habitantes começaram a correr desesperados. Skurk ajoelha-se e pega a bomba.
- Eu tenho que parar essa bomba. Quem dera Luci estivesse aqui.
Passaram-se cinco minutos e Skurk não sabia mais o que fazer para parar a bomba. Sem esperanças, foi até o hospital e sentou-se ao lado de Luci. Ela ainda estava desacordada.
- Sabe, Luci, Max atacou de novo. Deixou uma bomba no meio da cidade que vai matar a todos. Eu não consegui desativá-la. Ainda temos cinco minutos. Você não sabe como eu queria que você acordasse.
Skurk pega a mão de Luci. Uma luz branca toma conta do corpo da garota que acorda.
- Skurk?
- Luci! - Ele a abraça.
- Você falou que Max jogou uma bomba para matar todo mundo na cidade?
- Sim, mas eu não consegui desativá-la.
- Me leva até lá, eu quero tentar também.
- Mas Luci...
- Por favor.
E assim, os dois estavam juntos próximos a bomba. Faltava apenas dois minutos para a detonação. Luci tentou impedir a bomba de explodir, mas seus esforços foram em vão.
- Falta apenas um minuto. Skurk só temos uma alternativa.
- Que alternativa?
- Seu antigo esconderijo, era no subterrâneo do armazém abandonado. Se a bomba detonar lá, ninguém morre.
- Tem razão, vamos.
Os dois correram o mais rápido que puderam. Chegaram ao esconderijo, jogaram a bomba e fecharam as portas de ferro do esconderijo.
Com um estrondoso estouro, a bomba acabou com todo o esconderijo, mas o resto da cidade estava intacto. Ao saírem, Skurk e Luci foram aplaudidos pelas pessoas que lá estavam. Eles eram agora, heróis.
Essa história poderia estar no fim, não fosse Max ter voltado. Skurk e Luci, que haviam devolvido a prefeitura, agora moravam na casa de Luci. E foi pra lá que Max foi. Eles, não estavam lá. Estavam novamente no terraço do restaurante.
- Lembra-se da última vez que estivemos aqui?
- Lembro, eu levei um tiro.
- Não vai acontecer de novo, eu prometo.
- Então, por que me trouxe aqui de novo?
- Pelo mesmo motivo que tinha trazido da outra vez. Olha, toda essa cidade é nossa.
- Nossa não, sua.
- Eu estava pensando em concorrer nas próximas eleições pra prefeito, mas não posso fazer isso sem você. Quer ser minha primeira dama?
- Skurk eu... Eu nem sei o que dizer.
Ele olha para baixo
- Vai dizer que não, provavelmente. Quem ia querer casar comigo?
- Eu!
- O quê? - ele sorri
Ela mostra a tatuagem em seu ombro
- Lembra-se do dia em que nos conhecemos? Eu te mostrei essa tatuagem
- É mesmo, você tem meu nome tatuado em seu ombro.
- Por que acha que eu tatuei? É porque eu te amo, Skurk.
- Eu também te amo, Luci - diz ele tirando a jaqueta e mostrando em seu ombro o nome de Luci tatuado.
Ela toca o ombro dele. Os dois se olham, os rostos se aproximas, os olhos fecham, os lábios se tocam, eles beijam-se.
No mesmo ano das eleições, foi celebrado o casamento de Skurk e Luci. Ele com terno de couro preto e ela com vestido de noiva estilo princesa preto e também de couro.
- E eu os declaro marido e mulher! Pode beijar a noiva! - finalizava o padre.
Com um beijo, estava selado o matrimônio de Skurk e Luci. Agora era a festa. O casal seguia pelo corredor da igreja até a limusine conversível pela qual a noiva chegara e pela qual o casal iria para o local da festa. Chegaram até o carro. Mas eis que Max aparece para estragar a festa.
- Max!
- Skurk!
- O que veio fazer aqui?
- Terminar o que comecei meu caro.
- Com o que vai tentar me matar dessa vez?
- Com meus punhos, mesmo.
Max tenta dar um soco em Skurk que abaixa-se. O casal corre até chegar a um mirante e ficar sem saída. Acontece que aquele mirante estava infestado por cupins e qualquer impacto poderia fazê-lo desabar e despencar 400 metros pelas pedras.
Percebendo a chance que tinha, Max saltou em direção ao casal. Eles tentaram proteger-se de uma possível pancada de Max, esticando as mãos e escondendo os rostos. E magicamente, quando o peitoral dele encostou nas mãos deles, ele parou na hora e seu corpo paralisou-se, transformando-se em pedra.
Skurk e Luci voltaram para a igreja, a polícia levou Max e agora sim o casal teve sua merecida festa.
Meses mais tarde, Skurk concorreu as eleições e com 79% dos votos, foi eleito novo prefeito de União da Vitória. E esse foi apenas o inicio, Skurk e Luci transformaram a pequena cidade em um verdadeiro império, o "Império do Vilão".
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