E então acontece o amor
Helena e Valkyrie se conheceram no Ensino Médio. Elas eram as novas alunas de sua classe e logo se tornaram melhores amigas. Mesmo depois de se formarem e cada uma ir para uma faculdade diferente, elas mantiveram contato.
Anos mais tarde, Helena se casou com Peter.
Valkyrie casou também, mas acabou se divorciando pouco mais de três anos mais
tarde. Mesmo com o casamento de Helena, ela e Valkyrie ainda continuaram sendo
melhores amigas e Valkyrie frequentava a casa de Helena sempre que podia.
Valkyrie se dava muito bem com Peter.
Durante uma tarde de sábado, as amigas faziam
compras no shopping quando Helena sentiu-se mal. Após analisarem os sintomas,
as duas amigas vão até a farmácia mais próxima e compram um teste de gravidez
para Helena.
- Então, qual o resultado? - pergunta Valkyrie
- Positivo - responde Helena perplexa - deu
positivo
As duas sorriem e se abraçam. Posteriormente,
Valkyrie foi convidada para ser madrinha do bebê.
Os meses passam, a barriga de Helena começa a
crescer. Peter e ela descobrem o sexo do bebê e decidem chamá-lo de Gabriel.
Quando Helena entrou no mês final de sua gestação, a pedido de Peter , quando
ele não estava em casa, Valkyrie ficava com ela.
Ao final de uma tarde, Helena começa a sentir
contrações, mas, como os intervalos entre elas ainda estavam muito grandes, os
médicos disseram para ela ir para casa e esperar um pouco mais. Novamente em
casa, ela foi se deitar. Valkyrie, que estava com ela, desce as escadas para
pegar água, até que, um som estrondoso no andar de cima a faz subir as escadas
correndo.
- Helena? - Valkyrie entra no quarto de
Helena, que está sentada em sua cama com olhar assustado.
Do outro lado do quarto, próximo à janela,
estava um homem alto, todo vestido de preto, luvas de couro e o rosto coberto
por uma máscara medonha. Ele aponta um revólver na direção de Helena. Valkyrie
se coloca entre o homem armado e Helena. O homem caminha até Valkyrie, agarra
seu pescoço e a joga para perto da porta, no mesmo instante em que Peter entra
no quarto.
- Mas o que…? Helena! - Peter corre na direção
do homem armado na intenção de derrubá-lo, mas este atira na mulher grávida e
foge pela janela antes de Peter conseguir agir. Valkyrie levanta-se e vai até
Helena.
- Temos que levá-la ao hospital! - diz Peter
- Gabriel está nascendo! - diz Valkyrie -
Peter chame uma ambulância.
Peter pega o celular e disca o número do
hospital.
- Valkyrie, salva meu filho! - suspira Helena
- Calma Helena, vai dar tudo certo! Peter, o
bebê vai nascer aqui mesmo!
- O quê? Não, a ambulância já está a caminho.
- Sinto muito, mas não temos escolha. -
Valkyrie indica a vagina de Helena, a cabeça do bebê já está saindo.
- Tudo bem. O que faremos?
- Segure a mão de Helena e a ajude a respirar.
Eu cuido do resto - Assim, depois de longos minutos, o pequeno Gabriel veio ao
mundo - tudo bem, ele nasceu. Vocês fizeram um ótimo trabalho, ele é lindo.
Valkyrie pega o bebê nos braços e o coloca nos
braços de Helena. Ela e Peter se emocionam. Nesse instante, a ambulância chega.
Peter desce para atender a porta.
- Pronto, estanquei seu sangramento - diz
Valkyrie - me de o Gabriel para eu limpá-lo.
- Valkyrie, me promete uma coisa? - pergunta
Helena com dificuldade, está muito fraca.
- O quê?
- Promete que irá cuidar do meu filho e do meu
marido - suspira Helena
- Sim, eu prometo, mas do que você está
falando? Você vai ficar bem.
- Cuide deles - a voz de Helena praticamente
não sai - adeus Valkyrie!
Helena desmaia. Os médicos entram no quarto,
colocam Helena na maca e a levam para a ambulância. Seu estado é crítico. Um
dos médicos examina Gabriel e corta o cordão umbilical. Está tudo bem com o
bebê.
- Eu cuido do bebê vai com a Helena na
ambulância - diz Valkyrie a Peter.
Peter concorda e vai com os médicos e Helena
para o hospital onde ela foi levada diretamente para a UTI. Valkyrie limpa
Gabriel, o veste e o coloca no berço enquanto troca as roupas de cama e leva os
lençóis sujos de sangue para a lavanderia e os coloca na lavadora. Ao voltar
para o quarto, encontra o pequeno Gabriel chorando. Estava com fome.
Valkyrie prontamente desce as escadas e
prepara a mamadeira para o bebê. Depois de mamar, Gabriel dorme. Valkyrie o
coloca no berço e desce para a cozinha para beber água. Depois se deita no sofá
para descansar um pouco, até Gabriel acordar e começar a chorar novamente.
Peter entra no quarto do bebê no mesmo
instante em que Valkyrie o coloca no berço. Ele aproxima-se e toca seu filho
gentilmente. Valkyrie, que ainda olhava para o bebê, percebe a presença de
Peter e desvia seu olhar para ele.
- Ele está bem - diz Valkyrie - acabou de
mamar e dormiu
- Eu sei que ele está bem - responde Peter -
ele está em boas mãos
Valkyrie sorri.
- E Helena? Como ela está? - pergunta
Valkyrie. Peter baixa a cabeça e uma lágrima lhe escorre pelo rosto - Peter? O
que houve?
- Helena… Ela… - Peter começa a chorar -
Helena não resistiu.
- Não… - Valkyrie começa a chorar também. Ela
e Peter se abraçam - sinto muito…
- Ela te disse alguma coisa antes de ser
levada para o hospital? - pergunta Peter
- Ela só me pediu pra cuidar de vocês
- Vocês?
- Você e Gabriel.
- Lá no hospital, ela chegou a ficar
consciente por um tempo… Estava muito fraca, mas conseguiu me dizer uma coisa…
Ela me pediu para não afastar você…
- O que ela quis dizer com “não me afastar”?
- Não sei ao certo… Talvez ela queira que você
ocupe o lugar dela…
- Ocupar o lugar dela? Peter, você não está
sugerindo…?
- Não, eu não quis dizer isso, me desculpe,
eu… Eu me expressei mal, eu quis dizer que talvez Helena queira que você seja a
mãe de Gabriel…
- Você pode estar certo…
Os meses passam Valkyrie e Peter se tornam
cada vez mais próximos, sempre se revezando para cuidar de Gabriel, seja na
casa dela ou dele. Certo dia, Gabriel está com Valkyrie na casa dela, quando
Peter chega para buscá-lo.
- Valkyrie, você está bem? Aconteceu alguma
coisa? - pergunta Peter ao perceber um ar de preocupação nela.
- Eu recebi uma ordem de despejo
- Despejo? Mas por quê?
- Faz alguns meses que fui despejada de meu
emprego, e, consequentemente, não pude pagar o aluguel nos últimos meses…
- Se precisar, pode ficar lá em casa.
- Obrigada, Peter, mas eu não posso aceitar.
- Você tem me ajudado com o Gabriel desde que
ele nasceu. Acho que eu te devo isso.
Dessa forma, Valkyrie se muda para a casa de
Peter e Gabriel e se instala no quarto de hóspedes. Semanas mais tarde ela
conseguiria um emprego online.
…
Meses mais tarde, Valkyrie banha Gabriel no banheiro da suíte de Peter , pois o banheiro principal está sendo reformado. Após vestir Gabriel, Valkyrie deita-se com ele na cama de Peter e ambos acabam dormindo. Ao entrar no quarto e ver a cena, Peter sorri e deita-se na cama também, de frente para Valkyrie, Gabriel entre os dois. Horas mais tarde,Valkyrie acorda e constrange-se ao ver Peter ao seu lado.
- Peter, eu…
- Tudo bem - diz Peter sorrindo. Há um tom
doce e sereno em sua voz, algo que Valkyrie não havia presenciado antes.
Valkyrie sorri. Gabriel acorda.
- Ma - balbucia o bebê - mãe
Peter e Valkyrie se olham espantados.
- Você ouviu isso, Peter?
- Sim.
A primeira palavra dele. Ele te chamou de mãe!
Valkyrie está sem saber como reagir. Por um
lado, faz sentido Gabriel chamá-la de mãe, pois Helena faleceu poucas horas
depois de o bebê nascer e, portanto, Valkyrie se tornou o mais próximo de uma
mãe que Gabriel conhece. Por outro lado, Valkyrie sente-se mal por estar de
certa forma tomando o lugar de Helena.
- Pa - balbucia Gabriel - pai
Peter sorri emocionado.
- Nosso filho é lindo, Valkyrie.
- Nosso filho, Peter? Gabriel é filho de
Helena
- Sim, ele nasceu dela, mas você cuida dele
desde que ele nasceu… Você de certa forma se tornou mãe dele…
- Você está certo… - Gabriel começa a chorar -
ele está com fome, eu vou descer e fazer a mamadeira dele.
- Eu faço isso - diz Peter levantando-se -
fique aqui e descanse um pouco.
Peter dá um selinho em Valkyrie e sai do
quarto. Valkyrie fica sem entender. Afinal de contas, por que Peter beijou-a
daquele jeito?
Peter volta para o quarto com a mamadeira,
senta-se na cama e, pega Gabriel nos braços para alimentá-lo. Valkyrie os observa
sem dizer uma palavra.
- Peter, por que fez aquilo?
- Aquilo o quê?
- Por que me beijou?
- Eu... Valkyrie tem uma coisa que eu preciso
dizer. Já faz um tempo que eu... Eu tenho sentido uma coisa quando estou com
você... É o mesmo que sentia quando estava com Helena...
- Quer dizer que você tem sentimentos por mim?
Peter acena afirmativamente com a cabeça e devia o olhar. Valkyrie está sem reação. Sua melhor amiga morreu há quase um ano e, agora o viúvo dela está apaixonado por ela. Sentindo a cabeça pesada, Valkyrie levanta-se e caminha na direção da porta.
- Vou para o meu quarto – diz ela percebendo que Peter iria perguntar.
Horas mais tarde, Peter entra no quarto de Valkyrie. Ela está deitada de barriga pra cima fitando o teto.
- Está tudo bem com você? – Peter pergunta
- Sim – responde Valkyrie – eu só estou pensando
- Pensando em quê? – Peter senta-se na beira da cama de Valkyrie
- No que você me disse mais cedo, sobre ter sentimentos por mim.
- Desculpa, eu não quis...
- Tudo bem, você só me
pegou de surpresa... É que eu... Eu também tenho sentimentos por você...
Sem dizer uma palavra, Peter aproxima-se de
Valkyrie, toca seu rosto gentilmente, inclina-se sobre ela e beija seus lábios.
...
Cerca de três anos mais tarde, em uma tarde de
sábado, Valkyrie chega em casa sentindo-se mal e corre para o banheiro. Quando
Peter entra no quarto, encontra Valkyrie sentada na cama olhando para o objeto
que trás nas mãos.
- A pizza chegou. Vem
jantar? – Valkyrie não responde, continua olhando fixa para o objeto em suas
mãos – Val? Val, o que houve?
- Peter, eu... – Valkyrie
desvia o olhar do objeto e olha para Peter, os olhos marejados, um tom alegre,
assustado e eufórico em sua voz – eu estou grávida!
- O quê? – pergunta Peter.
Valkyrie mostra o objeto que tem nas mãos, um teste de gravidez. Peter senta-se
na cama e abraça Valkyrie. Nove meses depois o pequeno Kurt veio ao mundo.
Nessa altura, Peter e Valkyrie decidiram que
poderiam contar a seus amigos e familiares sobe sua relação. Alguns viram a
situação com maus olhos, visto que Peter perdera a esposa há pouco mais de três
anos e, Valkyrie era a melhor amiga da falecida. Outros, no entanto, entenderam
as razões que os levaram a fazer o que fizeram e os apoiaram. Não tardou para
que Peter e Valkyrie se casassem.
A vida seguiu normalmente pelos próximos treze anos, até que em uma tarde de domingo, enquanto Valkyrie e Peter assistiam televisão, Gabriel, agora com dezesseis anos, entra na sala com um livro nas mãos.
- Mãe, pai, posso fazer uma pergunta?
- Pode sim, filhão – responde Peter.
- Eu achei esse álbum de
fotos na garagem – Gabriel indica o livro que trás nas mãos e o abre mostrando
uma foto de Valkyrie e Helena, da época em Helena estava grávida – quem é essa
moça?
Peter e Valkyrie se olham apreensivos. Ainda não haviam falado sobre Helena para Gabriel, embora quisessem, pois não sabiam como faze-lo.
- É uma história complicada, filho – diz Peter – sente aqui que a gente te conta.
- Essa moça se chamava
Helena – diz Valkyrie – eu e ela nos conhecemos no ensino médio, éramos
melhores amigas.
- Eu fui casado com Helena
por alguns anos. Foi assim que conheci Valkyrie.
- E você largou a Helena
pra casar com a minha mãe? – pergunta Gabriel – e por que ela parece estar
grávida nessas fotos? Vocês tiveram um filho? Onde eles estão?
- Sim, Peter e Helena
tiveram um filho... Você!
- Então você não é minha
mãe?
- Biológica não, mas eu
adotei você. Eu cuido de você desde que você nasceu.
- E onde ela está agora,
minha mãe biológica?
- No dia que você nasceu –
começa Valkyrie – eu estava aqui com sua mãe. Eu a levei ao hospital, mas os
médicos nos mandaram voltar, ainda não estava na hora. Voltamos e ela foi
deitar. Aí um homem invadiu o quarto e apontou uma arma para Helena. Eu tentei
impedir, mas ele me jogou pra longe...
- Nesse momento eu cheguei
– continua Peter – entrei no quarto, mas não tive tempo de agir... Aquele homem
atirou em Helena... Chamamos uma ambulância, mas você nasceu antes de eles
chegarem. Valkyrie ficou com você, eu fui com Helena para o hospital. Ela foi
levada para a UTI e, algumas horas depois, teve uma parada cardíaca e não
resistiu...
- Minha mãe foi
assassinada? Mas por quê? Quem fez isso?
- Não sabemos – responde
Peter – a polícia nunca conseguiu chegar a nenhum suspeito
- E você se aproveitou
disso pra ficar com meu pai? – pergunta Gabriel encarando Valkyrie
- O quê? Claro que não
- Então por que você
continuou por perto depois que minha mãe morreu? Por que vocês casaram?
- As últimas palavras da
sua mãe pra mim foram “cuide do meu filho”
- E para mim foram “não
afaste Valkyrie”... Na verdade Helena havia convidado Valkyrie para ser sua
madrinha
- Minha madrinha? Ok, mas
isso ainda não explica por que vocês se casaram.
- Nos apaixonamos – diz
Peter – Valkyrie sempre me ajudou a cuidar de você, então estávamos sempre
juntos. E quando você a chamou de mãe pela primeira vez eu não pude me conter,
beijei ela, depois dormimos juntos...
- Ok, não precisa me dar
mais detalhes – diz Gabriel. Por um instante todos ficam em silêncio – e Kurt?
É filho de vocês dois mesmo?
- Sim – responde Valkyrie –
você tinha por volta de três anos quando eu engravidei. Até aquele momento
ninguém sabia de seu pai e de mim, queríamos manter isso em segredo por um
tempo, mas com a minha gravidez não tardaria até que descobrissem.
- Está tudo bem, filho? –
pergunta Peter ao perceber a expressão aterrorizada no rosto de Gabriel.
- Sim, eu só... Minha vida
toda... Por que nunca me contaram?
- Não sabíamos como contar
– diz Peter
- Entendo – diz Gabriel – e
como ela era?
Enquanto Peter e Valkyrie descrevem como era Helena, uma misteriosa figura entra na casa pela cozinha e, anda sorrateiro pelos cômodos. Um homem alto, todo vestido de preto, usando luvas de couro e uma máscara medonha, ao chegar à sala onde estão Peter, Valkyrie e Gabriel, aponta uma arma da direção de Peter. Valkyrie se levanta e fica entre o atirador e seu alvo.
- Saia da frente – diz o atirador
- Não!
- Saia da frente, Valkyrie, não quero machucar você!
- Como sabe meu nome? Quem é você?
- Não importa. Agora saia da frente!
- Não! Se quiser matar eles, terá que me matar primeiro.
- Gabriel, suba para o
quarto com seu irmão e chama a polícia – cochicha Peter. Gabriel obedece. O
atirador faz menção a atirar em Gabriel mas Valkyrie se põe a frente o
impedindo.
- Valkyrie, não me obrigue
a fazer isso. Eu não quero te machucar.
- Assim como da outra vez
quando você me jogou pra longe me fazendo bater a testa na cômoda?
- Você não me deu escolha.
- Foi você quem matou
Helena? – pergunta Peter, que está em pé atrás de Valkyrie – mas por quê?
- Porque por culpa dela
Valkyrie me deixou. Aí quando achei que o caminho estaria livre pra mim, essa
vadia resolveu dar pra você e ficar grávida. Eu tentei seguir com a minha vida,
mas foi em vão. Eu ainda amo Valkyrie.
- Andrew? – pergunta
Valkyrie
- Sim – responde o atirador
que, com um movimento rápido, aponta para Peter por cima do ombro de Valkyrie e
atira, acertando o ombro dele e fazendo-o cair.
- NÃO! – grita Valkyrie –
Andrew, o que você fez?
- Você vem comigo, vadia.
Andrew puxa Valkyrie pelo braço e a arrasta para fora da casa. A polícia chega e encontra Peter ainda desacordado. Um dos policiais chama uma ambulância. Peter começa a recobrar os sentidos e grita de dor ao tentar levantar.
- Vai com calma, amigo – diz o policial a Peter – já chamamos uma ambulância.
- Minha mulher, cadê minha mulher?
- Ela estava aqui?
- Sim, um homem entrou aqui, atirou em mim...
- Como era esse homem?
- Alto, mais de 1,90 de altura. Minha mulher o chamou de Andrew.
- Eles se conheciam?
- Acho que ele é o
ex-marido dela. Eles se divorciaram há 20 anos, mas parece que ele não superou.
- Tem mais alguém na casa?
- Meus filhos. Estão no
quarto lá em cima.
- Que idade eles tem?
- 16 e 13
- Chefe – chama um policial
entrando na sala – a senhora da casa ao lado, viu o suspeito descendo a rua com
uma mulher.
- Mande uma patrulha – diz
o chefe – ela soube descrever o suspeito?
- Ele estava de máscara –
diz Peter – todo de preto, luvas de couro e uma máscara medonha de monstro.
- Ok – diz o chefe – de
qualquer forma, mande uma patrulha
- Chefe – diz Peter – foi
esse mesmo homem quem matou minha ex-esposa dezesseis anos atrás.
- Como você sabe?
- Ele disse. Ele disse pra
minha esposa e pra mim, que ele matou minha ex porque ela seria a culpada de
minha esposa ter se divorciado dele.
Peter conta tudo que sabia ao chefe de
polícia. Logo a ambulância chega e leva Peter para o hospital. O chefe de
polícia ordena que uma viatura fique prostrada na frente da casa e sobe para
falar com os meninos Gabriel e Kurt, lhes explicar a situação e dizer que eles
não precisam ter medo, que os policiais estão lá fora para protegê-los.
Enquanto isso, em uma casa abandona duas ruas abaixo, Andrew se tranca em um quarto com Valkyrie e tira a máscara revelando um rosto maltratado pelo tempo. Valkyrie não reconhece mais o homem por quem uma vez fora apaixonada.
- Andrew, o que aconteceu com você?
- Eu envelheci mal, eu sei.
A dor de perder você acabou comigo. Quando soube que você tinha casado com
Peter, aquilo foi demais pra mim. Eu virei um alcóolatra, quase morri. Depois
fui para a reabilitação. Fiz terapia e até conheci outras mulheres. Achei que
tinha superado, mas aí, uns dois meses atrás minha mulher me deixou, foi embora
com outro... Então eu vi você outro dia no mercado e, percebi que eu ainda te
amo.
- Eu sinto muito Andrew,
por tudo que aconteceu com você. Mas eu tenho uma família agora, não posso
voltar com você.
- Eu entendo, mas como eu provavelmente vou ser preso, eu só queria transar com você uma última vez.
- O quê? Não!
- Se não for por bem, vai ser por mal!
Andrew caminha na direção de Valkyrie e a
beija. Valkyrie tenta se desvencilhar sem sucesso. Andrew tira a camiseta de
Valkyrie que tenta escapar.
- Por favor – diz Andrew –
eu não quero te machucar. Só uma vez, depois você nunca mais me verá na sua
vida.
- Andrew me solta.
Andrew joga Valkyrie na cama e tenta tirar sua
calça. Valkyrie grita por socorro. Nesse instante ouve-se vozes no interior da
casa. Valkyrie grita de novo. Andrew usa a camiseta de Valkyrie para
amordaçá-la. Os policiais arrombam a porta no mesmo instante em que Andrew
havia conseguido tirar a calça de Valkyrie. Andrew é preso. Valkyrie volta para
casa. Dias depois, Peter sai do hospital e volta para casa também. Tudo voltou
ao normal e assim continuou.
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